quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

CERVEJA CALDO DE BITUCA

CERVEJA CALDO DE BITUCA

TIPO: RAUCHBIER
ORIGEM: BRASIL

E DAÍ: O nome assusta e o rótulo também. Mas este "caldo de bituca" nada lembra aquelas garrafas de cervejas onde os amigos fumantes apagam o cigarro e no outro dia você acaba jogando sem querer na pia da cozinha. Cerveja escura de um sabor defumado muito agradável, o aroma segue o sabor. Equilibrada e saborosa. BOA CERVEJA



terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Feliz Natal e um ótimo 2011, com muita cerveja

Young's Double Chocolate Stout



Em 1581, na cidade de Wansworth, está a primeira evidência histórica de fabricação de cerveja para fins comeriais na cervejaria Ram (carneiro), ainda durante o Reinado da Rainha Elizabeth I. Humphrey Lamgridge fabricava cerveja em uma das estalagens mais importantes do local. Esta estalagem ostentava um carneiro como simbolo. Até hoje, na cervejaria moderna, o carneiro continua sendo o símbolo da cervejaria Young.

Durante os anos que se seguiram a cervejaria foi crescendo e passando de uma mão para outra até que em 1831 Charles Allen Young e seu sócio Anthony Fothergill Bainbridge compraram a Cervejaria Ram. A negociação incluiu ainda 80 pubs, que até hoje ainda permanecem nas mãos da família Young.

Charles Allen Young morreu em 1855. Seu filho Charles Florance Young assumiu o seu lugar na parceria. Anthony Fothergill Bainbridge foi sucedido por seu sobrinho, Herbertm 1873. Em 1883 ocorreu a dissolução repentina da parceria, pois Herbert Bainbridge tinha fugido com a mulher de Charles Young! Charles Young cuidou sozinho da cervejaria, já sob o nome de Young & Co., até seu falecimento em 1890. Seu desejo foi a formação de uma empresa privada limitada, a Young & Co.`s Brewery Limited, onde os acionistas principais eram sua esposa, já perdoada, e seus filhos.

Já nos dia atuais, mais precisamente em 2006, a Young & Co.`s Brewery Limited vendeu o prédio da cervejaria Ram e se uniu à cervejaria Wells para formar a Wells & Young`s Brewing Company, a maior do ramo sob comando famíliar no Reino Unido. Os pubs da Young permaneceream como uma companhia separada e sofreram uma grande remodelação com o dinheiro arrecadado com a venda da cevejaria.

No último post descrevemos uma das cervejas desse novo grupo, a Wells Bombardier. Agora é a vez de avaliarmos a Youngs Double Chocolate Stout, uma deliciosa sweet stout que leva o chocolate inglês Cadbury em sua fórmula e que chegou no Brasil este ano.


Young`s Double Chcolate Stout - Sweet Stout, Ale, 5.2% ABV, garrafa 500ml.

Cor: Preta opaca.
Espuma: Boa formação e duração, cor bege escura, boa consistência, deixa marcas.
Aroma: Chocolate ao lete, adocicado, lúpulo, malte, leve torrefação.
Paladar: Malte, doce, torrefação, leve café, chocolate, leve acidez, amargor final de média intensidade e duração, corpo médio/baixo, textura sedosa, levemente seca, baixa carbonatação.

Boa cerveja. O aroma é tomado completamente pela sensação de chocolate ao leite. No sabor o chocolate ainda está presente, mas bem menos intenso, dando espaço para outras sensações, como o malte torrado e café. A baixa carbonatação contribui para uma textura sedosa. Ela tem baixo teor alcoólico, muito aroma e sabor e é bem fácil de beber. Não lembro de outra cerveja onde pude sentir um aroma tão natural e intenso de chocolate como nesta. Produz a mesma sensação de sentir o aroma de uma barra de chocolate.


 
 

Maredsous



As cervejas Maredsous levam são produzidas sob licensa pela Duvel Moortgat. Elas originalmente eram fabricadas pelo monastério beneditino de Maredsous e portanto são cervejas de abadia. A tradição de fabricação de cerveja dentro de mosteiros vem desde a idade média na Europa e algumas dessas receitas sobrevivem até hoje.

Outras cervejas feitas dentro de mosteiros são as trapistas. A diferença é que as trapistas são feitas dentro de mosteiros da Ordem Cistercienses da Estrita Observância, ou simplesmente trapista, enquanto as de abadia, apesar de terem suas origens dentro de abadias também católicas, podem e hoje são fabricadas mais em grandes cervejarias com a devida licensa das abadias de origem.

As cervejas Mardesous já estão disponíveis no Brasil há alguns anos e neste último ano passaram por uma mudança na sua imagem, mas não da receita. Abaixo a minhas impressões sobre todas as 3 versões.


Maredsous Blond - Belgian Blond Ale, 6%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Dourada intensa, límpida.
Espuma: Média formação e baixa duração, cor marfim.
Aroma: Malte, frutado, cítrico, condimentado, leve fenólico (cravo).
Paladar: Malte, frutado (laranja, abacaxi), cítrico, condimentado, leve amargor final, corpo médio/baixo.

Boa cerveja. Muito parecida com outras belgas do mesmo estilo.



Maredsous Bruin - Belgian Dubbel, Ale, 8%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Marrom, límpida.
Espuma: Boa formação e duração, cor bege escura, bem consistente, forma picos.
Aroma: Malte, torrefação, chocolate, café, frutado (frutas escuras, passas, ameixa), leve fenólico.
Paladar: Malte, adocicado, torrefação, café, fermento, leve frutado (ameixa), vinho do porto, leve álcool, leve acidez, fenólico, leve amargor final, levemente seca, corpo médio/alto.

Boa cerveja. Bem complexa e ao mesmo tempo fácil de beber. A torrefaçaão tem um grande destaque, lembrando chocolate e café.



Maredsous Tripel - Belgian Tripel, Ale, 10% ABV, garrafa 330ml.

Cor: Cobre, límpida.
Espuma: Boa formação e média duração, cor marfim, bem consistente.
Aroma: Malte, doce, frutado (laranja), cítrico, fenólico, condimentado, picante, álcool.
Paladar: Malte, leve adocicado, frutado (laranja), cítrico, fenólico, picante, álcool, amargor final de boa intensidade e duração, bom corpo.

Boa cerveja. Só por ser uma Tripel eu já fico feliz. Este é um dos meus estilos preferidos e dentre todas as variáveis possíveis (mais frutada, fenólica ou alcoólica), ainda não provei nenhuma que tivesse me decepcionado. Elas reúnem, contraditoriamente, uma leveza e uma complexidade que me encantam, sempre acompanhadas por uma quantidade bem generosa de álcool, único fator que impede o consumo em maiores quantidades na minha opinião.

 
 

La Trappe Isid'or



As cervejas La Trappe são fabricadas dentro do monastério de Koningshoeven, na Holanda. Este é o único mosteiro trapista que fabrica cerveja neste país. Todos os outros seis estão na Bélgica. As cervejas trapistas mais conhecidas deste monastério são as La Trappe Blond, Dubbel, Tripel e Quadrupel, além de uma Witbier e uma Bock feita com fermento ale. O objetivo deste post não é apresentar a cervejaria e sua história, mas somente a nova cerveja que foi lançada em 2009 como edição especial. Fico devendo um post com a história completa do mosteiro e das cervejas fabricadas por lá.

A La Trappe Isid'or foi criada para as comemorações dos 125 anos de fabricação de cerveja dentro de Koningshoeven. O primeiro cervjeiro foi o frade Isidorus Laaber e a nova cerveja recebeu seu nome como homenagem. Como regra da Ordem Trapista, parte dos lucros das atividades desenvolvidas pelos mosteiros é utilizada para obras de caridade. No caso da Isid'or, o objetivo era de arrecadar fundos para a construção de um novo mosteiro em Unganda para abrigar os frades que fugiram da guerra civil no Quênia ainda em 2008.

Rótulo da La Trappe Isid'or que retrata seu
primeiro mestre-cervejeiro, o frade Isidorus Laaber

Apesar de ter sido lançada como edição especial e limitada, os frades de Koningshoeven tiveram a idéia de perguntar aos amantes das cervejas La Trappe se deveriam continuar a fabricação da Isid'or e definitivamente integrá-la ao portfólio de produtos da cervejaria. A convocação foi realizada através do blog da cervejaria, o Weblog van de abt (ou Blog do Abade, em português). Durante os últimos dia de 2009 e os primeiros dias de 2010 esteve aberta uma votação por e-mail. No final foram recebidos 125 e-mails, dos quais 114 eram positivos à continuidade da fabricação. Uma ótima notícia, pois a cerveja realmente é muito boa. Quem importa as La Trappe no Brasil hoje é a BUW. Será que agora a Isid'or continuará a ser trazida?


La Trappe Isid'or - Belgian Pale Ale, 7.5%ABV, garrafa 750ml.

Cor: Âmbar escura, leve turbidez.
Espuma: Boa formação e média duração, cor bege clara, bolhas bem pequenas, consistente, deixa algumas marcas pelo copo.
Aroma: Malte, adocicado, lúpulo, mel, frutado (laranja, maçã, banana), fenólico, picante.
Paladar: Malte, doce, leve caramelo, mel, lúpulo (cítrico, condimentado), frutado (laranja, maçã, banana), fenólico, picante, leve álcool, amargor final de média intensidade e boa duração, bom corpo, textura aveludada.

Ótima cerveja. Que fermento maravilhoso! A cerveja tem um aroma esterificado maravilhoso, lembrando muitas frutas (laranja, banana, maçã). Ela tem uma boa complexidade, mas mesmo assim um ótimo drinkability. Seria capaz de ficar tomando uma garrafa atrás da outra. Também é possível notar uma bela lupulagem nela. Como curiosidade uma das variedades de lúpulo utilizada é o Perle, mas cultivado dentro do próprio mosteiro. Fiquei positivamente surpreendido por esta La Trappe.


 
 

Duvel Tripel Hop



A Duvel é uma das cervejas símbolo da Bélgica. Essa Strong Golden Ale belga consegue agradar a quase todos com seu caráter suave e ao mesmo tempo complexo, alcoólico e ao mesmo tempo refrescante. Em 2007 foi lançada uma versão mais lupulada dela, a Duvel Tripel Hop. Em poucos dias a cerveja foi totalmente vendida. Ela já custava cerca de cerca de 4 vezes o preço da versão tradicional, mas depois que ficou rara chegou a ser vendida por bem mais. Já vi site belga vendendo a garrafa de 750ml por mais de 50 Euros.

Detalhe no rótulo com a descrição dos lúpulos utilizados entre outras informações.

Neste ano, a Duvel Mortgart resolver lançar novamente a Duvel Tripel Hop. A cerveja foi fabricada no dia 18 de maio e lançada no mercado no final de agosto. Foram utilizados 3 diferentes lúpulos na sua fabricação. Além do Saaz da Repúplica Tcheca e do Styrian Golding da Eslovênia, ambos já utilizados na versão normal da Duvel, ela leva o Amarillo, uma variedade americana com boas propriedades tanto de aroma quanto de sabor, principalmente o citrico e o frutado que lembra laranja. Ainda há o uso de mais Styrian Golding para dry-hopping, aprimorando mais anda o aroma de lúpulo. Ela possui um teor alcoólico ligeiramente maior, de 9.5% ABV, contra os 8.5% da Duvel comum, e somente é envasada em garrafas de 750ml fechadas com rolha e gaiola.

Detalhe da garrafa com o desenho de flores de lúpulo, destaque da cerveja, no topo.

No Brasil ainda não é possível encontrar a Duvel Tripel Hop. Eu nem sabia que ela seria relançada. Tive sorte e encontrei ela por acaso em um mercado de Nova Iorque, o Whole Food Market. Farei um post depois sobre este mercado, que tem uma loja separada dedicada somente para as cervejas. Ela havia chegado naquele mesmo dia e o custo era bem maior que o da versão normal. A garrafa de 750 ml saiu por 20 dólares. Achei até engraçado quando o vendedor do mercado me alertou sobre o elevado preço, mas fiz questão de relatar a ele que eu pagava até mais caro pela versão normal no Brasil. Então, para um brasileiro, até que o preço não é tão alto assim. Se ela chegar ao Brasil, fico imaginando qual será o preço.


Com a oportunidade de degustar a Tripel Hop, eu resolvi fazer uma degustação comparativa com a versão normal. A Duvel, versão clássica, é uma cerveja deliciosa. O aroma e o sabor de lúpulo são deliciosos, com mais destaque para as notas cítricas, frutadas (com laranja, limão e abacaxi), mas também herbáceas e condimentadas. Notas da fermentação podem ser notadas no frutado, mas principalmente no toque picante e condimentado. O perfil de malte é bem simples. Muito equilíbrio em todos os sentidos. Ela é muito agradável e não incomoda em momento algum, mesmo quando o álcool aparece.

Comparação das duas irmãs. Trabalho difícil!



Duvel Tripel Hop - Belgian Golden Strong Ale, 9.5% ABV, garrafa 750ml, US$ 20.

Cor: Dourada clara, levíssima turbidez.
Espuma: Altíssima formação, alta duração, cor branca, bem consistente, deixa muitas marcas, forma picos.
Aroma: Lúpulo (mais intenso), floral, cítrico (mais intenso), frutado (laranja, limão, mais intensos), condimentado, levíssimo herbáceo (menos intenso).
Paladar: Malte, adocicado, lúpulo (mais intenso), cítrico (mais intenso), frutado (laranja, limão, abacaxi), picante, condimentado, leve herbáceo, levíssimo álcool (menos aparente), amargor final de boa itensidade e duração (ligeiramente mais amarga), bem seca, alta carbonatação, corpo médio/baixo.

Ótima cerveja. Muito parecida com a versão original. Na realidade as diferenças são sutis, mas existem e deixam a cerveja diferente. Logo de início, no rótulo podemos notar o maior teor alcoólico, de 8.5 para 9.5%. No aroma e no paladar este ponto percentual a mais não significou nada. Até achei que o álcool ficou mais tímido perto das novas sensações e apareceu menos. No geral, o aroma e o sabor são diferentes, com um destaque maior no lúpulo mesmo, com notas frutadas e cítricas levemente mais intensas. Resolvi pesquisar sobre o Amarillo, e estas são exatamente as principais características que ele dá as cervejas onde é usado. Existe um aroma diferente de lúpulo, mais cítrico e frutado. No sabor ela fica menos doce, mais amarga e mais seca que a versão original. Apesar de ser mais amarga, não chega a ser um amargor intenso. Continua a ser um amargor agradável e limpo. Pela descrição no rótulo, esperava algo mais intenso. Ambas são deliciosas e eu não saberia quando escolher uma ou outra, se tivesse a oportunidade é claro!





Venenosa Imperial IPA (Brasil, 330ml)



Estilo: Imperial India Pale Ale


% Alc.: 9,1%


Aroma: lúpulo cítrico potente (e algo floral?), frutado (frutas cítricas), malte, leve nota de caramelo ao fundo, com suave tostado


Sabor: lúpulo cítrico (e floral?) intenso, cria sensação oleosa na boca, leve frutado e toffee ao fundo e no final do gole, que também é bastante seco e lupulado. Amargor alto, corpo médio a alto, carbonatação idem.


Cor: castanho médio, avermelhado, translucidez média a baixa


Espuma: bege clara, de média a alta formação e duração


Nota 4,0 - Bela cerveja; apesar do lúpulo ‘rasgante’, não é difícil de beber (para os mais versados, é claro). Para melhorar, quem sabe, poderia ter uma complexidade ligeiramente maior no aroma cítrico, para incluir elementos como abacaxi, por exemplo. Mas aí já é um momento um tanto Pedro de Lara do blogueiro…

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Quando comecei a procurar cervejas brasileiras extremas para a palestra que fiz no ‘Paladar do Brasil’, em agosto, uma das primeiras indicações que recebi foi a de que “o Paulo, do Paraná, tem umas receitas bem fortes”. O sujeito em questão é o Paulo Cavalcanti, irmão do Samuel, dono e cervejeiro da Bodebrown, de Curitiba, e mentor da linha de cervejas Venenosa. Ele me mandou duas de suas crias: a Imperial IPA e a Imperial Milk Stout. De fato, são duas “cacetadas”: a primeira tem 9% de teor alcoólico e 110 IBUs (ou International Bitterness Units, medida padrão de amargor, na qual uma base de comparação seria a “loura” do dia a dia, com cerca de 10 IBUs). A segunda, com 14,5% (batendo até alguns vinhos) e 100 IBUs.

A degustação foi boa e impressionou o público (que já havia se dividido entre o ressabiado e o empolgado com a caveirinha do rótulo). Felizmente, sobraram duas garrafinhas da Venenosa Imperial IPA para uma degustação mais calma depois da palestra. Uma delas é a que está aí em cima, analisada no mês passado. Ontem, soube pelo Paulo que a cerveja conseguiu registro no Ministério da Agricultura e pode, enfim, ser comercializada, o que deve ocorrer, na previsão otimista, a partir de dezembro. Ah, e que ela mudou de nome: chama-se, agora, Perigosa.

Nesse mesmo ínterim, a Colorado, de Ribeirão Preto, apresentou ao mercado a Double India Pale Ale, versão repaginada e turbinada de sua Índica, com mais de 75 IBUs. Competições à parte, creio que as duas cervejas chegam para levar o padrão das receitas disponíveis para venda no mercado a um novo e extremo patamar. O que é bom por um lado, para ampliar a variedade de estilos produzidos por aqui e colocar no copo e no paladar do degustador brasileiro algumas variedades novas de lúpulos (nos casos em que a escola americana é seguida à risca).

Mas também nos leva a algumas ressalvas, como a de cuidar para que não entremos em uma daquelas disputas malucas, como a que foi protagonizada pela Brewdog, da Escócia, e pela Schorch-Bräu, da Alemanha, para saber quem produz a cerveja mais alcoólica do mundo. Quanto mais alto se chega, maior é o risco de se ficar longe do básico, que é ter uma cerveja bem balanceada (mesmo no caso das extremas) como prioridade. Felizmente, não parece ser o caso da dupla.

Para saber mais sobre a Colorado Double India Pale Ale, que ainda não provei (culpa das eleições!!!), recomendo a leitura da análise feita pelo colega cervejeiro Paulo Bettiol, o Feijão, em seu site Obiercevando.





Cervejas inspiradas em contos de fada


Adorei essas cervejas inspiradas em contos de fada, feitas pela Grimm Brothers Brewhouse! Não experimentei ainda a Snow Drop (Trigo com mel), nem a The Fearless Youth (Escura tipo Dunkel), e muito menos a Little Red Cap (Amber Ale no estilo Alt), mas vou tentar descobrir se eles enviam as danadinhas para o Brasil e publicar a resenha aqui.

A microcervejaria, sediada na cidade norte-americana de Loveland, no Colorado, chama a atenção pela criatividade das embalagens, elaboradas pela agência de publicidade The Tenfold Collective. Cada garrafa é inspirada em um personagem dos famosos contos dos Irmãos Grimm, tudo adaptado para o público adulto, obviamente.

Todos os personagens adotam personalidades fortes e dominadoras, diferentes das que habitam o imaginário infantil dos contos originais. As tampinhas também variam de cor, acompanhando os rótulos.

Mais uma vez, em uníssono: ADOREI essa cervejinhas! O mercado de cerveja gourmet permite possibilidades infinitas de marketing…imagine cervejas inspiradas em heróis dos quadrinhos?




Festival do Chope de Natal do Água de Beber / Schmitt e Eisenbahn‏

Olá, amigos!

Devido às festas de final de ano, no mês de dezembro a nossa celebração será antecipada para a próxima quarta feira, dia 22/12/2010, no horário de sempre, 18 horas, custando R$ 22,00. E, para fechar em grande estilo esse ótimo ano que passamos com nossos clientes, teremos dois grandes chopes: atendendo a pedidos, o excelente SCHMITT Extra Lager, e o EISENBAHN Pale Ale, que dispensa comentários.

Todos avisados, atentem para a data antecipada, certo?? Nos encontramos na quarta, dia 22/12!

Abraços,
Armazém Água de Beber
Vigário José Inácio, 686 - Centro
98278000/91495410
 
 
 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Cervejaria Desnoes & Geddes (Red Stripe)



A clássica cerveja da Jamaica é a Red Stripe, produzida por Desnoes & Geddes. A parceria entre Thomas Hargreaves e Eugenes Desnoes resultou na abertura da fábrica Surrey Brewing em 1927. O nascimento da cervejaria foi, mais tarde, considerado um marco na história da Jamaica. Quando a Jamaica ganhou sua independência da Inglaterra em 1962, um colunista do The Daily Gleaner disse que a data real de independência deveria ter sido em 1928, quando foi feita a primeira produção cervejeira, muito além da capacidade da pequena colônia.

A primeira Red Stripe foi produzida em 1928 e a busca por qualidade foi uma medida adotada desde o início. Com a pretensão de produzir cerveja de qualidade, o primeiro mestre cervejeiro da Jamaica, Paul Geddes viajou o mundo com o colega Bill Martindale para que juntos pudessem desenvolver a fórmula de Red Stripe. Hoje a Red Stripe é produzida na Jamaica usando rigorosos processos de qualidade e já ganhou vários prêmios internacionais em decorrência disso. Sua marca registrada está em garrafas de 355ml e 700ml e com pescoço mais curto que o tradicional. Já a Dragon Stout, cerveja também produzida pela Desnoes e Geddes, é conhecida por seu alto teor alcoólico – 7,5% em uma embalagem de 300ml.

A cervejaria Desnoes & Geddes teve 51% de suas ações compradas, em 1993, pela Guinness Brewing Worldwide, hoje Diageo. Depois dessa aquisição, a Diageo conseguiu expandir internacionalmente o comércio tanto da Red Stripe quanto da Dragon Stout, além de importar para a Jamaica sua marca global, a Guinness. A Diageo e a Heineken mantêm relações comerciais de distribuição e comercialização do mercado no Caribe, o que justifica a presença também da marca Heineken no país.

 
 

Cerveja Chimay

Cerveja Chimay Red

A Cerveja Chimay Red tem um colarinho cremoso, aroma frutado de damasco que é produzido durante a fermentação. O gosto que se percebe na boca é balanceado e confirma a fragrância frutada. A sensação na língua é aveludada e uma sensação de refrescância e amargor leve. Ao paladar a Chimay Red é uma cerveja extremamente harmoniosa. Essa cerveja de alta fermentação Trapista, refermentada em garrafa não é pasteurizada. Gradação Alcoólica de 7% vol.

Encontramos a Cerveja Chimay Red em garrafas de 75 cl. e garrafas de 33 cl.







Cerveja Chimay Triple

Cerveja Chimay Triple

A Cerveja Chimay Triple tem uma característica cor dourada, com uma aparência levemente turva e o colarinho é caracterizado da um aroma que é o resultado da mistura de grãos frescos e levedo. Na boca a cerveja Chimay Triple tem um gosto que acompanha o perfume de grãos e depois deixa uma nota de frutado de moscatel que cresce, atribuindo a essa cerveja um aroma particularmente atraente.

A cerveja Chimay Triple é uma cerveja de alta fermentação, refermentada em garrafa e não pasteurizada. Gradação Alcoólica de 8% vol.

Encontramos a Cerveja Chimay Triple em garrafas de 75 cl e 33 cl.





Cerveja Chimay BlueCerveja Chimay Blue

A cerveja Chimay Blue é conhecida para ser uma cerveja forte. A característica fragrância de levedo fresco com uma sensação de rosa é particularmente prazerosa. O sabor ao experimentar essa cerveja deixa um leve retro gosto de malte tostado.

A cerveja Chimay Blue é uma cerveja de alta fermentação, refermentada na garrafa e não pasteurizada. Gradação Alcoólica de 9% vol.

Encontramos a Cerveja Chimay Blue em garrafas de 75 cl e 33cl.






Cerveja Chimay Blue MagnumCerveja Chimay Blue The Magnum

Se você pensa que a Magnum é somente uma Cerveja Chimay Blue em uma garrafa de 150 cl estará enganado. O fato essencial é que a quantidade de cerveja na garrafa influencia o resultado final na refermentação. Essa cerveja pode ser conservada no escuro para um longo tempo. Gradação Alcoólica de 9% vol.

Encontramos a Cerveja Chimay Blue The Magnum em garrafas de 150 cl.






 
 

Duvel


A Duvel (pronuncia-se como Dú-véu, em português) é sem dúvida alguma uma das melhores cervejas do mundo por ser extremamente complexa, alcoólica e ao mesmo tempo agradável e fácil de beber. É uma bebida clássica e deu início ao estilo Belgian Golden Strong Ale.

A história da cervejaria Duvel Moortgat começa em 1871, quando Jan-Leonard Moortgat fundou a, até então, cervejaria Moortgat na cidade de Puurs, entre Bruxelas e Antuérpia na Bélgica. Era uma cervejaria familiar com a produção vendida somente no mercado local. Em 1890, os irmãos de Jan-Leonard, Albert e Victor, assumiram os negócios. Albert virou o mestre-cervejeiro e Victor distribuia os produtos em uma charrete. Em 1919, Albert viajou para a Escócia para obter uma amostra da levedura da cerveja McEwan's. Esta levedura até hoje é utilizada na fabricação da Duvel.




No ano de 1923 uma nova cerveja foi lançada pela cervejaria e recebeu o nome de Victory Ale para celebrar o final da I Guerra Mundial. A cerveja era diferente de tudo que era servido na Bélgica. Segundo o web site da cervejaria, foi um sapateiro e amigo de Albert Moortgat que descreveu a cerveja como um verdadeiro diabo. Daí surgiu o nome para a cerveja que passaria a ser conhecida como Duvel, que em flamenco significa diabo. Outras cervejarias belgas começaram a lançar suas versões para a mesma cerveja e algumas até mesmo batizavam suas versões com nomes que também se aproximavam do significado da original, como Lucifer ou Satan.

A Duvel é uma cerveja peculiar, pois é feita com maltes claros franceses, a levedura derivada de ales escocesas, lúpulos Saaz (tcheco) e Styrian Golding (esloveno) vindos do leste Europeu e somente a água é belga. Os maltes claros entraram para a receita da Duvel somente na década de 70 devido ao sucesso de cervejas claras na época. Antes a cor da Duvel era mais escura. Esta mistura resulta em uma cerveja com aparência clara e brilhante de uma Lager como uma Pilsener, com a robustez e a complexidade de uma Ale.

Uma das melhores partes de degustar uma Duvel é o ritual para serví-la. A taça da cerveja já é um espétáculo por si só, lindíssima. A temperatura de serviço deve estar entre 8 e 10°C para garantir a melhor percepção dos aromas e sabores da cerveja. Ao manipular a garrafa, devemos tomar o cuidado para não misturar a levedura que está decantada no fundo. Este mesmo cuidado deve ser tomado ao servir na taça, deixando a levedura na garrafa com um pouco da cerveja. Este ritual serve para deixar a cerveja límpida e transparente. A formação de espuma é tremenda e impressiona.



Que belo conjunto! Que espuma belíssima! Bem consistente.

Duvel - Belgian Golden Strong Ale, Ale, 8.5%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Dourada, levemente turva (acabou caindo um pouco do fermento).
Espuma: Altíssima formação e duração, cor branca, com uma das conisitências mais densas e bonitas, deixando muitas marcas espessas pelas paredes da taça.
Aroma: Malte, doce, frutado (abacaxi, laranja), fermento, mel, álcool, picante, lúpulo, leve cítrico.
Paladar: Malte, doce, frutado (abacaxi, laranja), leve cítrico, fermento, mel, álcool, picante, amargor final, ótimo corpo.



Olha só o padrão das marcas deixadas pela espuma na taça.

Ótima cerveja. Complexa, clássica, deliciosa. A espuma é uma das mais bonitas do mundo da cerveja. Aroma frutado bem presente e gostoso. Boa presença de fermento e malte. Doce pronunciado no aroma e no sabor. Álcool presente mas muito bem equilibrado, mesmo quando a cerveja estava mais quente no copo.

 
 

Cervejaria Fuller´s


A cervejaria Fuller's é uma empresa familiar que ocupa o prédio da antiga cervejaria Griffin que produziu cerveja por mais de 350 anos no distrito de Chiswick, em Londres. Os antigos donos do negócio Douglas e Henry Thompson e Philip Wood, se aproximaram de John Fuller no século 19 em busca de um investimento que ajudasse a manter a parceria. John se juntou à parceria no ano de 1829, mas em 1841 a parceria foi dissolvida. Em 1845 John Bird Fuller, filho de John Fuller, se uniu a Henry Smith e a seu cunhado John Turner, fundando a Fuller Smith & Turner que é o nome da empresa até hoje. Ainda hoje há representantes das famílias Fuller e Turner trabalhando na empresa e todas as famílias estão fortemente representadas como acionistas, já que a empresa abriu o capital em 1929.

A cervejaria Fuller's é mais conhecida no Reino Unido pela sua London Pride, a cerveja premium acondicionada em barris líder de mercado, mas eles possuem uma grande variedade de cervejas em estilo inglês. Algumas delas podem ser encontradas no Brasil. Estas são algumas das melhores cervejas inglesas encontradas por aqui. Neste post vou comentar sobre as cervejas:

-London Pride
-1845
-ESB
-London Porter
-Golden Pride

Ficarei devendo a degustação de outras cervejas que também já podem sem encontradas no Brasil:

-Honey Dew (uma Golden Ale leve e refrescante feita com ingredientes orgânicos).
-Vintage Ale (uma cerveja safrada, feita uma vez por ano com os melhores ingredientes e baseada na receita da Golden Pride).
-India Pale Ale (uma IPA recém chegada ao Brasil).


Fuller's London Pride - Bitter, Ale, 4.7%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Cobre, limpida.
Espuma: Média formação e baixa duração, boa consistência, deixa marcas pelo copo.
Aroma: Malte, doce, caramelo, lúpulo, cítrico.
Paladar: Malte, doce , caramelo, cítrico, amargor final prolongado e intenso, corpo médio/baixo.

Ótima cerveja. Possui um perfil de lúpulo bem marcante, com um ótimo aroma floral e cítrico. O malte aparece com a presença de caramelo. Poderia ter melhor corpo.


Fuller's 1845 - English Strong Ale, Ale, 6.3%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Cobre escura/marrom, límpida.
Espuma: Alta formação e duração, cor bege, ótima consistência.
Aroma: Malte, doce, lúpulo, caramelo, toffee, frutado (frutas cozidas), cítrico.
Paladar: Malte, doce, caramelo, toffee, frutado, cítrico, amargor final prolongado e intenso, corpo médio.

Ótima cerveja. Mais maltada e frutada que a London Pride com a mesma presença de lúpulo no aroma e no sabor. Ótima representante da escola inglesa. Foi lançada pela primeira vez em 1995 para comemorar o aniversário de 150 anos da cervejaria.


Fuller's ESB - Extra Special Bitter, Ale, 5.9%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Cobre escura, límpida.
Espuma; Alta formação e duração, cor bege e boa consistência.
Aroma: Malte, doce, lúpulo, caramelo, toffee, frutado, cítrico.
Paladar: Malte, doce, lúpulo, caramelo, toffee, frutado, cítrico, amargor final prolongado e delicioso.

Boa cerveja. Adoro lúpulo e por isso sou suspeito ao falar. Já ganhou 7 vezes o título de melhor Strong Ale inglesa pelo CAMRA (Campaign for Real Ale).


Fuller's London Porter - Porter, Ale, 5.4%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Preta, reflexos vermelho rubi.
Espuma: Média formação e média/baixa duração, cor bege escura, bela consistência, deixa marcas pelo copo.
Aroma: Malte, doce, lúpulo, chocolate, caramelo, torrado.
Paladar: Malte, doce, chocolate amargo, caramelo, torrado, ótimo amargor final, prolongado, ótimo corpo.

Ótima cerveja. Esta é uma das minhas Fuller's preferidas. Em síntese esta seria a cerveja de chocolate amargo. O aroma e o sabor de chocolate são muito claros e fáceis de perceber. O amargor é delicioso e complementa perfeitamente o caramelo e o chocolate que vêm dos maltes. O amargor do lúpulo parece ser potencializado pelo torrado do malte. Ótima para acompanhar sobremesas à base de chocolate.


Fuller's Golden Pride - Barley Wine, Ale, 8,5%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Cobre escura, levemente turva.
Espuma: Média formação e baixa duração, cremosa.
Aroma: Malte, doce, lúpulo, caramelo, melaço, toffee, frutado (cerejas), leve álcool.
Paladar: Malte, doce, caramelo, melaço, toffee, frutado (cerejas), álcool, bom amargor final, persistente, ótimo corpo.

Fuller's India Pale Ale




Para quem procura uma boa cerveja inglesa hoje no Brasil, sem dúvida alguma as melhores opções estão nas produções da Fuller's. O histórico da cervejaria Fuller's já foi postado aqui em outro momento, assim como meus comentários sobre várias cervejas produzidas por eles e disponíveis em nosso país: London Pride, Golden Pride, London Porter, ESB, 1845 e Honey Dew. Até hoje não me decepcionei com nenhuma dessas cervejas, a não ser pela Honey Dew que é uma produção mais leve e sem grandes destaques, propositadamente lançada pela cervejaria para competir com o crescente interesse do consumidor britânico por cervejas Lagers.

Hoje coloco aqui minhas impressões sobre a India Pale Ale, a qual estava devendo aos leitores. Muitos já sabem dessa história, mas como recebemos também leitores iniciantes na cultura da boa cerveja acredito que seja válido reforçar que a India Pale Ale é um estilo de cerveja típico da Inglaterra. O surgimento desse estilo é atribuído a necessidade de transportar cervejas em navios durante o século XVIII, época que a Índia era uma colônia inglesa. Segundo relatos, existia a necessidade de fabricar uma cerveja que pudesse ser transportada nas longas viagens de 4 meses entre a Inglaterra e a Índia sem que chegasse estragada. Cervejas com maior teor alcoólico e maior presença de lúpulo conseguiam se manter mais estáveis durante as viagens, já que tanto o álcool como o lúpulo possuem propriedades conservantes. A India Pale Ale foi portanto uma adaptação das tradicionais English Pale Ales (ales pálidas) que, devido ao maior teor alcoólico e à maior proporção de lúpulo, adquiriram mais corpo e amargor. Para os que estão mais adiantados no tema, eu recomendo a leitura do site criado pela cervejaria Meantime sobre a origem das IPA e do artigo no blog Zithophile acerca de uma polêmica sobre o criador do estilo, George Hodgson. No mesmo blog Zithophile ainda podemos ler outro artigo onde o autor tenta embasar tudo que afirma.


Fuller's India Pale Ale - India Pale Ale, 5.3%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Âmbar, límpida.
Espuma: Média formação e duração, cor marfim, boa consistência, deixa marcas pelo copo.
Aroma: Lúpulo, malte, adocicado, caramelo, picante, cítrico, frutado (laranja).
Paladar: Malte, doce, caramelo, lúpulo, picante, cítrico, frutado (laranja). bom amargor final, de boa intensidade e duração, corpo médio, boa textura, carbonatação média.

Ótima cerveja. Muito malte e muito lúpulo no conjunto bem balanceado e equilibrado. Tem como destaque um amargor intenso e duradouro ao final de cada gole. O lúpulo aparece com toques picantes, típicos de variedades inglesas, e cítricos/ frutados, lembrando laranjas.

Fuller's Organic Honey Dew

A Fuller's Organic Honeydew é uma cerveja orgânica que tem a adição de mel de abelhas em sua receita. Ela é aprovada pela Soil Association, uma entidade britânica que promove e certifica alimentos orgânicos e naturais. Segundo a cervejaria Fuller's esta é a cerveja orgânica mais vendida no Reino Unido. A proposta do fabricante é de que ela seja uma cerveja referescante e de alto drinkability, tanto que existe uma sugestão de serví-la com pedras de gelo e fatias de limão no copo. Pude degustá-la das duas formas e comparar o efeito.



Fuller's Organic Honeydew - Blond/Golden Ale, Ale, 5% ABV, garrafa 500ml.

Cor: Dourada/âmbar clara, levemente turva.
Espuma: Boa formação e média duração, cor branca.
Aroma: Malte, doce, mel, leve lúpulo, fermento, pão.
Paladar: Malte, doce, mel, amargor final de média/baixa intensidade, alta carbonatação, corpo leve.

Cerveja leve e refrescante com um toque adocicado de mel no aroma e no sabor. O lúpulo está presente e pode ser percebido no aroma e com um leve amargor final. Existe um bom equilíbrio entre o doce e o amargor. Ela não é uma cerveja que tenha um grande destaque mas é boa e bem fácil de tomar. Com certeza uma cerveja que deve agradar bastante o público feminino. A própria cervejaria informa em seu site que ela agrada até mesmo aqueles que não tem costume de beber cerveja. Eu digo que é uma bebida refrescante com um bom toque de sabor doce e amargo.


A adição de pedras de gelo e fatias de limão deixou a cerveja mais gelada, com um corpo mais leve e aguado e um toque cítrico e de limão, principalmente no sabor. O amargor continuou presente e combinou bem com o cítrico. O mel ficou menos presente. Estas características ficavam cada vez mais evidentes à medida que o gelo derretia. Passa a impressão de ser muito mais um coquetel ou um refresco do que uma cerveja. Não ficou ruim, mas também não é o que mais espero de uma boa cerveja!






sexta-feira, 26 de novembro de 2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tipos de Copos

Tal como existem milhares de marcas e centenas de estilos de cerveja, também existem várias dezenas, senão mesmo centenas de copos. De facto, consoante o tipo de cerveja que estamos a beber, deveremos escolher um copo adequado. Por vezes, tal tarefa torna-se fácil, já que as melhores cervejas costumam indicar no rótulo qual o copo que deverá ser utilizado. Independentemente dessa referência ser feita ou não, tentaremos fazer aqui uma breve análise dos diferentes copos existentes no mercado e para que estilo de cerveja são mais indicados. Há pessoas que consideram esta corrente como mais um golpe de marketing de certas empresas para vender mais produtos. Pensamos que tal não reflecte a realidade. Apesar das razões comerciais que estão subjacentes a qualquer negócio, há realmente uma adequação do estilo de uma cerveja a um certo formato de copo. Por exemplo, é natural que as lagers sejam servidas em copos altos, por forma a que o gás e a espuma tenham possibilidade de crescer e mostrar todo o seu carácter. E a formação de espuma não é algo de somenos importância. Esta protege a cerveja da libertação de certos elementos essenciais que, não fora a sua existência, se perderiam no ar. Por outro lado, evita a entrada de ar na cerveja, algo que provocaria a oxidação desta e correspondente perda de qualidades.

Tendo isto em consideração, que estilo de copo utilizar? Bom, a resposta não é imediata e, em países como a Bélgica, tal torna-se verdadeiramente difícil. De facto, é habitual cada marca de cerveja ter o copo correspondente, o que faz com que existam centenas de copos de centenas de marcas. Como se torna humanamente impossível possuirmos todos os copos, apresentaremos apenas alguns formatos genéricos que servirão para a maior parte das cervejas que se lhe possam deparar (clique na imagem para ver o copo em tamanho maior).


Caneca/Mug/Stein - Pesada, resistente, larga e com uma pega, as canecas são mundialmente conhecidas e utilizadas. Mais ou menos engraçadas, vêm numa multiplicidade de formas e feitios e são excelentes para fazer brindes! Podem ser de vidro, cerâmica ou metal, por vezes têm uma tampa e o seu sucesso deve-se à quantidade de bebida que podem conter. Ideais para cervejas do tipo American Amber Ale, Roggenbier, Sahti, Irish Red Ale, Scottish Ale, Bock, Doppelbock, German Classic Pilsner, Bohemian Pilsner.


Copo para Witbier/Weizen - Nada sabe melhor do que beber uma Witbier no respectivo copo! Feitos de vidro fino, extremamente elegantes e compridos, estas autênticas obras de arte permitem admirar as cores da cerveja e o topo possibilita uma correcta expansão e desenvolvimento da cremosa espuma. Em geral, suportam até 0,5 litros de cerveja. Poderá utilizá-los com cervejas do tipo Dunkel Weizen, Gose, Weizenbock ou Hefe Weizen.


Copo em cilindro/Stange - Bastante comuns, estes copos em cilindro são de origem germânica e utlizam-se com cervejas delicadas, já que possibilitam a ampliação dos aromas e sabores do malte e do lúpulo. Em Portugal, é habitual servirem-se imperiais neste tipo de copos, apesar destes não serem os mais correctos. O cilindro é adequado aos géneros: Rauchbier, Altbier, Kolsch, Lambic-Faro, Lambic-Unblended.


Snifter - Um pouco maiores mas mesmo assim similares aos nossos cálices de brandy ou conhaque, estes copos têm um formato que os tornam excelentes para capturar os aromas de cervejas fortes, já que ajudam na sua preservação. Utilizam-se com Eisbocks, Barley Wine, Old Ale e Russian Imperial Stout.


Flauta/Flute - Estamos mais habituados a utilizar os copos em formato de flauta para beber champanhe ou espumante. No entanto, há cervejas que se dão muito bem com o formato destes copos. A sua elegância e o facto de serem esguios, assegura que o gás não se dissipa com muita rapidez, permitindo igualmente observar a cor e o corpo da cerveja com grande nitidez. Utilizam-se com os géneros Vienna, Schwarzbier, Lambic-Fruit, lambic-Gueuze



Pint/Becker/Tumbler - Quase cilíndrico mas bem mais largo do que o stange, o pint é bastante utilizado na Inglaterra e na Alemanha, por permitir beber vários tipos de cerveja, em grandes quantidades e por ter um desenho universal, barato e que possibilita um fácil armazenamento. É indicado para cervejas do tipo Smoked, Marzen/Oktoberfest, Steam Beer, Malt Liquor, Winter Warmer, Bitter e Pumpkin Ale, entre outras.



Pilsner - O copo de pilsner é o habitual copo das nossas imperiais. Entre as formas de um cilindro e de um cone, a sua estrutura permite manter a cerveja viva, para além de possibilitar a formação de uma boa espuma. Em Portugal, estes copos têm pouco mais de 0,2 litros mas em certos países da Europa podem chegar até aos 0,4 litros, como por exemplo na Alemanha e República Checa. São bons para os estilos American Macro Lager, Happoshu, German Classic Pilsner, European Strong Lager e Witbier.



Cálice/Goblet - São, em geral, autênticas obras de arte, muitos deles com dourado no rebordo, as letras da marca gravadas no vidro, chegando ao ponto de alguns terem relevo. São especialmente desenhadas para permitirem a manutenção da espuma e a possibilidade de se darem tragos avantajados. São perfeitos para as Abbey Dubbel, Abbey Triple, Belgian Strong Ale e Flemish Sour Ale



Tulipa/Tulip - Também já algo habituais no nosso país, os copos em formato de tulipa são muito elegantes e permitem suportar cervejas que produzam grandes quantidades de espuma. Bastante típicos da Bélgica, são ideais para os estilos Scotch Ale, Saison, Bière de Garde e Belgian Strong Ale.



As indicações que aqui damos não são algo de doutrinal e que se devam seguir cegamente. Há cervejas que se podem beber em dois ou três tipos de copos diferentes. Vejamos o caso de uma pilsner: tanto a poderemos beber numa caneca, como num copo de pilsner ou num copo cilíndrico. E, verdade seja dita, não se vai deixar de beber uma boa cerveja por não se ter o respectivo copo à mão. A ideia que gostaríamos de realçar é a de que existem copos específicos para os diferentes estilos de cerveja e se conseguirmos adequar um ao outro tanto melhor, já que a experiência ficará mais completa e enriquecedora.

Para além do tipo de copo, há outros aspectos que também se devem ter em consideração. Por exemplo, se lhe quiserem servir uma cerveja num copo gelado, recuse. O contacto entre a cerveja e o copo gelado irá provocar um processo de condensação, o que irá diluir a bebida enquanto que, ao mesmo tempo, se alterará a temperatura correcta a que a cerveja deve ser servida. Procure ainda lavar os seus copos à mão. Algumas máquinas de lavar louça deixam resíduo o que pode alterar o sabor e a espuma da cerveja. Tal ideia aplica-se também à secagem: é preferível deixar os copos secarem ao ar, pois os panos podem deixar partículas inconvenientes para a cerveja.

Finalmente, e caso tenha ficado curioso, aqui lhe deixamos alguns sites onde poderá adquirir, ou apenas admirar, copos e outros artefactos dedicados à nobre arte de beber cerveja.